quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Marcos 15:33 - Trevas no Calvário: A Ira de Deus na Crucificação

Série de Sermões em Marcos
Passagem: Marcos 15:33
Título: Trevas no Calvário - A Ira de Deus na Crucificação
Pregado na manhã de Domingo, do dia 12 de agosto de 2012,
na Igreja Reformada em Campinas Soli Deo Gloria,
por Gustavo Barros

Versão em vídeo

Marcos 15:33 E houve trevas sobre toda a terra, do meio dia às três horas da tarde.

Introdução:
Uma simples pesquisa sobre os ‘best selling’ livros cristãos e podemos ver o que o povo tanto gosta de ouvir: 'As 5 Linguagens do Amor', ‘O Céu é Real’ ou ‘Ida e Volta ao Céu’; 3) ‘Uma Vida/Igreja com Propósito’; 4) ‘Fazer Amor’; 5) ‘Mentes Tranquilas, Almas Felizes’
Não é de se estranhar que quando Rob Bell escreveu o livro ‘Love Wins’ (o amor vence) – no qual ele defende a salvação de todos e rejeita a ira de Deus – ele se tornou o mais vendido. A ira de Deus é um assunto rejeitado e odiado por muitos – principalmente dentro da igreja. Assim podemos entender porque o livro de Jonathan Edwards, ‘Pecadores nas Mãos de um Deus Irado’, jamais se torna um ‘best seller’.
Muitos cristãos professos parecem considerar a ira de Deus como uma coisa pela qual eles precisam pedir desculpas, ou, pelo menos, parece que gostariam que não existisse tal coisa. As pessoas rejeitam esse atributo perfeito de Deus, pois muitas pessoas não conhecem o Deus da Bíblia.

Um estudo na concordância mostrará que há mais referências nas Escrituras à indignação, à cólera e à ira de Deus, do que ao Seu amor e ternura. Por quê? Pois a Bíblia enfatiza de forma sem igual a santidade de Deus. Deus é santo. Ele é separado, diferente, perfeito, é o que O faz diferente e distinto de tudo e todos. Nenhum outro atributo de Deus é repetido três vezes, apenas a santidade: santo, santo, santo!

A santidade é o atributo mais fundamental de Deus. É a coisa mais importante para se saber sobre Ele... Sua santidade define os outros atributos. Nós tememos a ira de Deus, pois ela é uma ira santa e nós admiramos Seu amor, pois é um amor santo.” (William Farley, Gospel-Powered Parenting, P&R, pg 73)
É essa santidade e perfeição que fazem do pecado algo tão repugnante e merecedor de todo julgamento perante Deus. “A Sua santidade O provoca a odiar o pecado e a amar o que é bom.” (William Farley, pg 78)

Quando a infinita santidade (bondade, perfeição) colide com a infinita pecaminosidade / rebeldia/injustiça, ira é o resultado natural da batida. A ira de Deus para com o pecado deve existir para que haja um Deus totalmente santo e puro.

A IRA DE DEUS É DIFERENTE DA DO HOMEM: Muitas vezes temos dificuldade em entender a ira de Deus, pois usamos como padrão a ira do homem. A ira do homem é pecaminosa, flui de egoísmo e não traz a justiça de Deus. A ira de Deus não é uma ‘explosão’ de nervosismo e raiva para com algo que O irritou. A ira de Deus não é uma reação pecaminosa como a nossa.

A ira de Deus nunca é pecaminosa. Pelo contrário, é uma expressão da sua perfeita santidade. É uma perfeição moral de Deus [assim como Seu amor]. É um aspecto importante da Sua glória.” (William Farley, pg 79)

Pois bem, a ira de Deus é uma perfeição divina tanto como a sua fidelidade, o Seu poder
ou a Sua misericórdia. Só pode ser assim, pois não há mácula alguma, nem o mais
ligeiro defeito no caráter de Deus, porém, haveria, se Nele não houvesse "ira"! Como poderia Aquele que é a soma de todas as excelências olhar com igual satisfação para a virtude e o vício, para a sabedoria e a tolice? Como poderia Aquele que é infinitamente santo ficar indiferente ao pecado e negar-Se a manifestar a Sua "severidade" (Rm.11:22) para com ele? Como poderia Aquele que só tem prazer no que é puro e nobre, deixar de detestar e de odiar o que é impuro e vil? A própria natureza de Deus faz do inferno uma necessidade tão real, um requisito tão imperativo e eterno como o céu o é. Não somente não há imperfeição nenhuma em Deus, mas também não há Nele uma perfeição que seja menos perfeita do que outra.” (Arthur Pink)

A questão que fica não é, ‘Como pode Deus ser amoroso e irado ao mesmo tempo?’. Ao invés disso, a questão deve ser, ‘Como poderia Deu ser bom – infinitamente bondoso como a Bíblia O descreve – e não sentir intenso ódio para com o pecado e o mal?’ O pecado destrói tudo o que ele toca. Destrói a glória de Deus. Corrompe família. Deturpa a felicidade verdadeira. Divide igreja [famílias]. É como um veneno de rato... Como poderia Deus ser eternamente bom/santo e ser apático para com o pecado ao mesmo tempo? Bondade infinita deve odiar agressivamente tudo que destrói a verdadeira felicidade. Deus está irado com a fonte de todo sofrimento e dor – o pecado – e devemos ser gratos por isso.” (William Farley, pg 79)
Arthur Pink no seu livro, Os Atributos de Deus, diz, “A ira de Deus é uma perfeição do caráter divino sobre a qual precisamos meditar com frequência.” (Arthur Pink)

A IRA DE DEUS E A CRUZ:
É na cruz de Cristo, na crucificação de Jesus que Deus revela de forma única a Sua santidade e consequentemente Sua ira e furor para com o pecado. Não há nenhum outro lugar na história da humanidade onde Deus revela a Sua ira, Seu furor e indignação para o pecado como no Calvário!

Dr. Martin Lloyd Jones disse, “O que a cruz nos proclama é que Deus odeia o pecado.

Nunca Deus havia manifestado Sua ira para com o pecado como na morte do Seu Filho Amado.” (Jonathan Edwards)
Gólgota é o megafone de Deus proclamando a todos o Seu ódio para com o pecado e como Sua ira se manifesta contra toda impiedade e injustiça.

Hoje seguiremos o conselho do grande teólogo Arthur Pink e meditaremos na ira de Deus derramada no Calvário!

Contextualização:
Nós chegamos ao ápice da história da redenção, a hora que Deus morreu na cruz pelo Seu povo. Se a crucificação de Jesus é a coroa do estudo de toda teologia, então podemos dizer que os versículos 33-39 do capítulo 15 de Marcos são os diamantes (as jóias) dessa coroa.
Essa é a cena final da morte de Jesus. E durante esse acontecimento Marcos narra cinco eventos extraordinários e dignos de toda a nossa atenção: 1) a Escuridão; 2) o Grito de Jesus; 3) o Último Brado de Jesus; 4) o Rasgar da Cortina; 5) a Conversão do Centurião.
Cada um desses eventos é um tesouro de riqueza que precisa ser examinado com calma e cuidado.
Hoje estudaremos o que significou as trevas que caíram sobre a terra durante a crucificação de Jesus.

Deve existir um grande ensino nessas trevas; pois quando nos aproximamos da cruz, que é o centro da história, cada evento está repleto de significado. Luz saltará dessas trevas. Amo sentir a solenidade das três horas de sombras de morte, assentar-me ali e meditar, sem nenhuma companhia, exceto o Augusto/Venerável Sofredor, em cujo redor desceram as trevas.” (Spurgeon, As Três Horas de Trevas)

AS TREVAS (V.33)
33 E houve trevas sobre toda a terra, do meio dia às três horas da tarde.

Marcos tira o foco dos escarnecedores e coloca em uma ação divina. Essa escuridão é um milagre e sinal de Deus, por isso não se deve tentar interpretá-lo como um eclipse natural, ou como uma nuvem de poeira que ocorreu durante àquelas horas. Não precisamos de explicações científicas para esse ato de Deus. Ao invés de explicações cientificas, nós devemos buscar por explicações teológicas.

AA HORA DA ESCURIDÃO:
Os evangelhos relatam que a escuridão começou por volta do meio dia e foi até às 15h. A hora do dia em que se inicia a escuridão é a hora em que o sol deveria estar mais quente e com mais força.
Aqueles judeus sabiam que não se tratava de um eclipse solar, nem de uma nuvem de poeira nem de gafanhoto e nem da chegada de satanás. Eles sabiam o que era aquela escuridão.
Para aquelas pessoas, naquela hora do dia, as trevas foram um sinal de que algo diferente estava acontecendo.

Não só algo diferente, mas terrível! Eles tinham conhecimento das Escrituras e do que Deus dizia sobre escuridão e trevas ao meio dia: Dt 28:29 [escuridão/trevas como maldição] Ao meio-dia vocês ficarão tateando às voltas, como um cego na escuridão; Am 8:7-10 O SENHOR jurou contra o orgulho de Jacó: “Jamais esquecerei coisa alguma do que eles fizeram. 8 “Acaso não tremerá a terra por causa disso, e não chorarão todos os que nela vivem? Toda esta terra se levantará como o Nilo; será agitada e depois afundará como o ribeiro do Egito. 9 “Naquele dia”, declara o SENHOR, o Soberano: “Farei o sol se pôr ao meio-dia e em plena luz do dia escurecerei a terra. 10 Transformarei as suas festas em velório e todos os seus cânticos em lamentação. Farei que todos vocês vistam roupas de luto e rapem a cabeça. Farei daquele dia um dia de luto por um filho único, e o fim dele, como um dia de amargura.
 Imaginemos o que passou pela mente daquelas pessoas naquela sexta feira de Páscoa. Eles sabiam que escuridão ao meio dia era parte do julgamento de Deus. Mais do que isso, eles, naquela semana, haviam lido e re-lido toda a história do êxodo, portanto o relato das trevas que vieram sobre o Egito antes da morte dos primogênitos estava fresco em suas mentes.
Imaginemos as crianças gritando, os pais buscando lamparinas e velas, todo o trabalho foi cessado e toda alegria transformada em apreensão com a chegada das trevas ao meio dia!

* O texto nos diz que houve trevas por três horas. O número três simboliza na Bíblia plenitude e perfeição. Isso quer dizer que para Deus essas três horas cobriram de forma perfeita e plena tudo o que Ele planejou com as trevas.

BO SIGNIFICADO DA ESCURIDÃO:
Sempre quando pensamos em Deus, pensamos em luz – Sl 27:1 O Senhor é a minha luz e a minha salvação; de quem terei temor?; Sl 18:28 o meu Deus transforma em luz as minhas trevas; I Jo 1:5 Deus é luz.
Dificilmente imaginamos Deus como sendo representado e manifestado em trevas e escuridão. Mas na Bíblia muitas vezes Deus também se revela através das trevas e da escuridão [Gn 15:12 – na aliança com Abraão - Ao pôr-do-sol, Abrão foi tomado de sono profundo, e eis que vieram sobre ele trevas densas e apavorantes [presença de Deus]; Ex 19:9 Disse o Senhor a Moisés: "Virei a você numa densa nuvem; Dt 4:11 no Monte Sinai; Sl 97:2 Nuvens escuras e espessas o cercam; retidão e justiça são a base do seu trono].

Como podemos ver as trevas e escuridão falam também da presença de Deus.

Ao contrário do que muitos alegam, Deus estava sim presente no Calvário! O grito de Jesus, “Por que me abandonaste?” não significa que Deus não estava presente naquele lugar. O Pai estava totalmente presente naquele lugar. As trevas mostram isso!

CCOMO DEUS ESTAVA PRESENTE?
Deus estava presente como um santo e justo Juiz!
A escuridão e as trevas retratam um atributo importantíssimo de Deus – a Sua justiça!
Trevas falam do julgamento de Deus sobre pecadores como vimos em Deuteronômio 28:29 e Amós 8:9-10.
Naquele dia ao meio dia Deus entrou em cena com toda Sua ira e fúria!

O DIA DO SENHOR:
No Antigo Testamento, principalmente [também usado no NT], encontramos um termo muito usado – O Dia do Senhor. Esse termo é usado mais de 20x e se refere ao dia em que o Senhor manifesta Sua ira, furor e justiça para com um povo ou alguém para retribuir e punir as injustiças e pecados.
O Dia do Senhor é um dia de condenação, punição e sofrimento. A bíblia fala do Dia do Senhor como algo terrível e desesperador: Is 13:6 Chorem, pois o dia do Senhor está perto; virá como destruição da parte do Todo-poderoso; Am 5:18 Ai de vocês que anseiam pelo dia do SENHOR!; Jl 1:15 Ai do dia! Porque o dia do SENHOR está perto, e virá como uma assolação do Todo-Poderoso.
As Escrituras relatam uma característica especial do Dia do Senhor – as trevas!
Ez 30:2-3 "Filho do homem, profetize e diga: ‘Assim diz o Soberano Senhor:" ‘Clamem e digam: "Ai! Aquele dia!" 3 Pois o dia está próximo, o dia do Senhor está próximo; será dia de nuvens [escuridão], uma época de condenação para as nações; Am 5:18 e 20 18 Ai de vocês que anseiam pelo dia do SENHOR! O que pensam vocês do dia do SENHOR? Será dia de trevas, não de luz, 20 O dia do SENHOR será de trevas e não de luz. Uma escuridão total, sem um raio de claridade; Am 8:9-10 9 “Naquele dia”, declara o SENHOR, o Soberano: “Farei o sol se pôr ao meio-dia e em plena luz do dia escurecerei a terra. 10 Transformarei as suas festas em velório e todos os seus cânticos em lamentação. Farei que todos vocês vistam roupas de luto e rapem a cabeça. Farei daquele dia um dia de luto por um filho único, e o fim dele, como um dia de amargura; Jl 2:1:2, 30-31 1 Toquem a trombeta em Sião; dêem o alarme no meu santo monte. Tremam todos os habitantes do país, pois o dia do Senhor está chegando. Está próximo! 2 É dia de trevas e de escuridão, dia de nuvens e negridão. Assim como a luz da aurora estende-se pelos montes, um grande e poderoso exército se aproxima, como nunca antes se viu nem jamais se verá nas gerações futuras, 30 Mostrarei maravilhas no céu e na terra, sangue, fogo e nuvens de fumaça. 31 O sol se tornará em trevas, e a lua em sangue; antes que venha o grande e terrível dia do Senhor; Sf 1:14-15 "O grande dia do Senhor está próximo; está próximo e logo vem. Ouçam! O dia do Senhor será amargo; até os guerreiros gritarão. 15 Aquele dia será um dia de ira, dia de aflição e angústia, dia de sofrimento e ruína, dia de trevas e escuridão, dia de nuvens e negridão,

O que vemos no Calvário é a concretização desse tão terrível e temido dia, o Dia do Senhor! Como Sofonias disse é um dia de ira, aflição e angústia, e como Ezequiel falou esse é um dia de condenação.
Todos os julgamentos de Deus que anteriormente haviam acontecido com Israel e as outras nações apontavam para esse dia – o dia mais terrível da humanidade – o Dia do Senhor na crucificação de Jesus!
O Dia do Senhor sobre o reino do norte em 722 a.C, quando os assírios destruíram o Reino de Israel e o Dia do Senhor sobre o reino do sul em 586 a.C, quando os babilônios destruíram Judá eram sombras do Grande e Terrível Dia do Senhor que viria na crucificação de Jesus! Os juízos e exílios consequentes do Dia do Senhor na história de Israel apontavam para esse exílio e condenação espiritual que vieram na crucificação do Senhor Jesus.
Sabemos disso, pois Pedro em Atos 2:20 interpreta a morte de Jesus como esse dia!
[Haverá sim um outro e último Grande e Terrível Dia do Senhor, quando Jesus voltar! Mas esse será uma consequência do que ocorreu na crucificação!]

UM DIA DE IRA:
Sf 1:14-15 "O grande dia do Senhor está próximo; está próximo e logo vem. Ouçam! O dia do Senhor será amargo; até os guerreiros gritarão. 15 Aquele dia será um dia de ira, dia de aflição e angústia, dia de sofrimento e ruína, dia de trevas e escuridão, dia de nuvens e negridão,
Talvez um dos atributos de Deus mais desprezado em nossos dias é a Sua ira. As pessoas rejeitam e ignoram esse atributo de Deus com toda força possível. O problema é que jamais podemos entender a crucificação de Jesus, a salvação do pecador e as Boas Novas se não compreendermos a ira de Deus!
O amor de Deus e a Sua ira frequentemente andam juntos (Nm 14:18; Rm 11:22; Hb 12:5) e verdadeiramente a ira de Deus é uma expressão do Seu amor (Sl 136:14-21). Se Deus não tivesse ira os Seus atributos seriam falhos. Se não houvesse a ira de Deus, Ele seria indiferente ao pecado, mostraria uma ausência de morais e aceitaria tolices e corrupção. Por Deus ser puro, necessariamente, Ele precisa odiar o que é impuro (A. W. Pink).

O ódio de Deus pelo pecado e Sua ira contra pecadores não arrependidos é um assunto muito impopular hoje até mesmo entre cristãos professos. Pessoas gostam de conversar a respeito do amor de Deus – um amor feito às suas próprias imagens: permissivo, tolerante com o pecado e completamente corrupto... A Bíblia diz que: ‘Deus está irado com o ímpio todos os dias’ (Sl. 7:11)... Pecado é uma contradição radical e desagradável ao caráter moral de Jeová. Portanto, Ele deve, por uma necessidade intrínseca, reagir contra ele com ira santa. Onde quer que exista pecado, o santo ódio de Deus e sua indignação permanecem ali. Se assim não fosse, Deus estaria negando a si mesmo, em particular, Sua santidade, retidão, justiça e verdade... A Santidade, justiça e ira de Deus são enfatizadas na Escritura muito mais do que Seu ‘popular’ atributo de amor. O Deus com quem nós devemos lidar tem um infinito ódio pelo pecado. Se nós não compreendemos o ódio de Deus pelo pecado nunca compreenderemos a necessidade da cruz. Em nossa cultura pluralística extremamente permissiva, antinominiana, o evangelho é ridicularizado ou ignorado porque as pessoas não têm um entendimento da pecaminosidade do pecado.” (Brian Schwertley – A Ira de Deus Contra os Ímpios Provada e Justificada - http://www.monergismo.com/textos/atributos_deus/ira-Deus-impios_Brian-Schwertley.pdf)

O que os homens tentam esconder e evitam falar, a Bíblia fala com toda clareza e frequência – Deus se ira! Ele é tardio em irar-se, mas Ele se ira!
 Na 1:2-3 O SENHOR é Deus zeloso [para com Sua glória e honra] e vingador [puni o pecado]! O SENHOR é vingador! Seu furor é terrível! O SENHOR executa vingança contra os seus adversários e manifesta o seu furor contra os seus inimigos. 3 O SENHOR é muito paciente, mas o seu poder é imenso; o SENHOR não deixará impune o culpado. O seu caminho está no vendaval e na tempestade, e as nuvens são a poeira de seus pés.
Ele se ira, pois é parte da Sua santidade e amor para com o que é justo.

É dessa maneira, com ira e furor, que Deus se revela nas trevas no Calvário! As trevas e a escuridão falam da ira, do furor e da santidade de Deus!
Aquela sexta feira foi o Dia do Senhor – um dia de ira e retribuição!
Sf 1:14-15 "O grande dia do Senhor está próximo; está próximo e logo vem. Ouçam! O dia do Senhor será amargo; até os guerreiros gritarão. 15 Aquele dia será um dia de ira, dia de aflição e angústia, dia de sofrimento e ruína, dia de trevas e escuridão, dia de nuvens e negridão; Is 13:9 Vejam! O dia do Senhor está perto, dia cruel, de ira e grande furor, para devastar a terra e destruir os seus pecadores; Ob 1:15 “Pois o dia do SENHOR está próximo para todas as nações. Como você fez, assim lhe será feito. A maldade que você praticou recairá sobre você.

DPOR QUE O SENHOR VEIO EM IRA E JULGAMENTO?
Por que Deus veio com furor, ira e vingança no Calvário?
Por que Deus não veio com compaixão, amor, conforto e consolo para com Seu Filho amado? Por que o Pai não veio com um manto maravilhoso, uma coroa de ouro e um exército de anjos para salvar o Filho?
Por que Deus não veio com amor, carinho, conforto e consolo no meio daquela tribulação toda?
Marcos nos diz que Jesus era o Filho Amado de Deus (1:11;9:7), então por que o Pai veio com ira? O que Ele veio retribuir com furor o Filho Amado?
Resposta: O NOSSO PECADO!!!!!
É naquele momento que Jesus toma sobre Si todos os pecados do povo de Deus!
Foi naquela sexta-feira ao meio dia que Jesus recebeu todos os nossos pecados e como consequência Deus necessitava vir ao Calvário com ira, furor e punição!
II Co 5:21 Deus tornou pecado por nós aquele que não tinha pecado, para que nele nos tornássemos justiça de Deus; I Pe 2:22 Ele mesmo levou em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, a fim de que morrêssemos para os pecados e vivêssemos para a justiça; por suas feridas vocês foram curados.
É com base nesses dois textos que entendemos claramente o que o profeta Isaias disse em Isaias 53:4-5 [Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças, contudo nós o consideramos castigado por Deus, por ele atingido e afligido. 5 Mas ele foi transpassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniqüidades; o castigo que nos trouxe paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos curados].
Deus, naquela sexta-feira, colocou sobre Jesus todos os nossos pecados! E como consequência dos pecados era necessário que justo Juiz O condenasse com ira, furor e retribuição!

O DIA DA EXPIAÇÃO:
É essa cena – trevas no Calvário, o momento em que Deus fez Jesus pecado e condenado por nós, que vemos o cumprimento do Dia da Expiação!
Levítico 16 fala da festa mais solene e sóbria do calendário judaico – o dia de Yom Kippur!
Esse era um dia de jejum e aflição, pois era o dia em que todos paravam para refletir nos pecados do ano todo, era o dia de purificação por todos os pecados!

A peça central do cristianismo é a cruz onde a morte de Jesus resultou em perdão dos pecados por meio do Seu sangue derramado por todos os que se arrependem e expressam fé em Cristo como Salvador. Os rituais que ocorriam no Dia da Expiação providenciavam uma explicação por meio de uma ‘cena de filme’ o que ocorreu aos olhos de Deus quando Jesus morreu no Calvário.” (Kenneth Mathews, Preaching the Word – Leviticus, Crossway, pg 134).
· Esse era o dia de sacrifícios para a purificação do tabernáculo, dos sacerdotes e do povo.
· Esse era o único dia no qual o sumo sacerdote entrava no Santo dos Santos [interessante que nesse dia Jesus entrou no mais perfeito tabernáculo e as cortinas foram rasgadas].
· Durante o processo o sumo sacerdote usava o incensário, as brasas e dois punhados de incenso para fazer uma densa nuvem para que ele não visse a arca (vs.12-13). Aqui temos como se ‘trevas’ dentro do Santo dos Santos.
· Após a expiação para os seus próprios pecados o sumo sacerdote pegava dois bodes: um era para o Senhor e outro para Azazel [que significa emissário] (vs.6-8). O Bode Sacrificado [para o Senhor] --- esse era o animal cujo sangue era usado para o sacrifício para o perdão dos pecados (v.9). Com aquele sangue o sumo sacerdote aspergia o Santo dos Santos (15-16). O Bode Expiatório [Enviado] --- o sumo sacerdote colocava as duas mãos sobre o animal e confessava todo o pecado do povo de Deus (20-22). O gesto de colocar as mãos sobre o animal simbolizava a transferência dos pecados do povo para o bode. O bode com todos os pecados era mandado embora do campo e morria fora da cidade com os pecados do povo.

Aqui, no Calvário, Jesus é os dois bodes do Dia da Expiação. Como o que era para o Senhor Ele foi sacrificado e Seu sangue aspergido para o perdão dos pecados. E como o expiatório Jesus recebeu todos os nossos pecados e morreu fora do campo. Deus Pai colocou as duas mãos sobre o Filho e transferiu todos os pecados do Seu povo! Naquele momento Jesus tem todos os pecados em Seu corpo.

O homem jamais consegue se justificar diante de Deus! O homem, através de seus esforços, jamais consegue apaziguar a justa e santa ira de Deus para com o pecado.
Is 64:5-7 Como, então, seremos salvos? 6 Somos como o impuro — todos nós! Todos os nossos atos de justiça são como trapo imundo. Murchamos como folhas, e como o vento as nossas iniqüidades nos levam para longe. 7 Não há ninguém que clame pelo teu nome, que se anime a apegar-se a ti, pois escondeste de nós o teu rosto e nos deixaste perecer por causa das nossas iniqüidades.
O homem nasce, diante desse Deus que é totalmente santo e puro, como um filho da ira – já nascemos em rebeldia para com a santidade do Senhor.

Deus, através da crucificação, providenciou o sacrifício perfeito para apaziguar e satisfazer sua perfeita santidade e justiça. Rm 3:25-26 Deus o ofereceu como sacrifício para propiciação mediante a fé, pelo seu sangue, demonstrando a sua justiça. Em sua tolerância, havia deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; 26 mas, no presente, demonstrou a sua justiça, a fim de ser justo e justificador daquele que tem fé em Jesus.
A santidade e a justiça de Deus não permitem que Ele ignore, ou feche os olhos para o pecado. A ira de Deus precisa ser apaziguada e isso se dá quando o pecado é condenado.

PECADO TRAZ A IRA E JULGAMENTO DE DEUS:
Uma vez que Jesus tem todos os nossos pecados sobre Seu corpo Ele deve receber a ira, punição e julgamento que todo pecado e todo pecador devem receber.
Por que o Pai veio com furor, ira e julgamento?
Pois o Filho tinha sobre Ele todos os pecados do povo de Deus! II Co 5:21 Deus tornou pecado [impiedade e injustiça] por nós aquele que não tinha pecado, para que nele nos tornássemos justiça de Deus; I Pe 2:22 Ele mesmo levou em seu corpo os nossos pecados [impiedade e injustiça] sobre o madeiro.
Rm 1:18 Portanto, a ira de Deus é revelada do céu contra toda impiedade e injustiça dos homens que suprimem a verdade pela injustiça,
A ira, o furor e a condenação da parte de Deus são obrigatórios no Calvário.
Deus ama a justiça, o amor, a bondade e a santidade, por isso Ele odeia o pecado. Na Sua ira justa e santa Ele condena o pecado. E para isso Deus precisa condenar o pecador.

O que ocorre não é que a ira cai sobre o pecado abstrato. A maioria das referências na Bíblia mostra explicitamente que a ira de Deus cai sobre os pecadores. “Aborreces a todos os que praticam a iniquidade” (Sl 5.5). Há aproximadamente 26 passagens bíblicas declarando que Deus odeia pecados como divórcio, roubo, idolatria, etc. Destas, pelo menos 12 referem-se ao fato de que Deus odeia os próprios pecadores.” (Erroll Hulse - http://www.editorafiel.com.br/artigos_detalhes.php?id=97)
A ira de Deus não cai sobre o nada, sobre o invisível, mas sobre o pecador! E aqui Jesus foi feito o pecador em nosso lugar.
É o Servo Sofredor de Isaias quem recebe a ira e a punição de Deus.

A LÓGICA POR DE TRÁS DAS ‘TREVAS’ DO CALVÁRIO:
O pecador/pecador nunca é deixado impune perante o santo Deus: Na 1:2-3 O SENHOR é Deus zeloso [para com Sua glória e honra] e vingador [puni o pecado]! O SENHOR é vingador! Seu furor é terrível! O SENHOR executa vingança contra os seus adversários e manifesta o seu furor contra os seus inimigos. 3 O SENHOR é muito paciente, mas o seu poder é imenso; o SENHOR não deixará impune o culpado.
O Dia do Senhor era o dia de visita do justo e santo Juiz que vinha com ira e punição para com os pecados de uma nação: Am 5:18 Ai de vocês que anseiam pelo dia do SENHOR! [Pois é um dia de ira, furor e retribuição]; Is 13:9 Vejam! O dia do Senhor está perto, dia cruel, de ira e grande furor, para devastar a terra e destruir os seus pecadores
O Dia do Senhor era marcado por densas trevas e escuridão [representando o julgamento de Deus]: Sf 1:14-15 "O grande dia do Senhor está próximo; está próximo e logo vem. Ouçam! O dia do Senhor será amargo; até os guerreiros gritarão. 15 Aquele dia será um dia de ira, dia de aflição e angústia, dia de sofrimento e ruína, dia de trevas e escuridão, dia de nuvens e negridão,
No Calvário, naquela cruz, Jesus foi feito pecado por nós. Ele se tornou um ‘pecador’, pois nEle foram imputados nossos pecados: II Co 5:21 Deus tornou pecado [impiedade e injustiça] por nós aquele que não tinha pecado; I Pe 2:22 Ele mesmo levou em seu corpo os nossos pecados [impiedade e injustiça] sobre o madeiro.

Uma vez que Ele se tornou pecado, Jesus se fez pecador pelo Seu povo Deus precisava revelar Sua ira contra Ele (contra os pecados que nEle foram imputados): Rm 1:18 Portanto, a ira de Deus é revelada do céu contra toda impiedade e injustiça dos homens que suprimem a verdade pela injustiça,

Por isso houve trevas no Calvário: Mc 15:33 E houve trevas sobre toda a terra, do meio dia às três horas da tarde.
Jesus não só recebeu nossos pecados, mas toda a punição e condenação que o pecado merece! Não somos salvos porque Jesus recebeu nossos pecados, mas por que Ele recebeu a furiosa e perfeita ira de Deus para com os pecados.
Todo pecado é uma afronta a santidade de Deus, é rebeldia para com Deus e fracasso em manter Suas leis, por isso todo pecado é condenado!

** Naquela cruz Jesus tinha sobre Si todos os pecados da Sua noiva (a igreja), por isso Deus se apresenta no Calvário, o Pai não foi embora e abandonou o Filho, Ele estava presente com toda ira, raiva e furor para com os pecados.
Pecado é uma contradição radical e desagradável ao caráter moral de Jeová. Portanto, Ele deve, por uma necessidade intrínseca, reagir contra ele com ira santa. Onde quer que exista pecado, o santo ódio de Deus e sua indignação permanecem ali.” (Brian Schwertley)
Por isso temos as trevas, a escuridão no Calvário!

A escuridão não é a ausência de Deus, é a presença de Deus. É Deus em pleno julgamento vingativo, Deus em julgamento furioso por completo. É a ira infinita movida pela Sua justiça infinita, liberando punição infinita no Filho infinito que podia absorver todas as torturas do inferno infinito e fazê-lo em três horas. São nessas três horas que Ele carregou em Seu corpo os nossos pecados. É nessas três horas que Ele foi feito pecado por nós. É nessas três horas que Ele tomou a maldição sobre si. E às 3 horas da tarde acabou.” (John MacArthur)

‘ABUSO INFANTIL CÓSMICO’?
A ira de Deus, a eterna ira de Deus está sendo jogada sobre o Filho Amado. E isso não é um ‘Abuso Infantil Cósmico’ como alguns escritores já comentaram (Steve Chalke - The Lost Message of Jesus), não se trata de um Deus Pai rancoroso e cruel que mata um filho inocente simplesmente para saciar Sua sede por morte e sangue.
Pelo contrário a cena das trevas sobre a Caveira (o Calvário) fala de um amor e de uma sabedoria que mente humana não consegue compreender e que para o mundo é loucura e escândalo. I Jo 4:10 Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.

São naquelas trevas que Deus demonstra o amor por Seu povo, satisfazendo a justa, santa e perfeita ira, condenando o pecado no corpo de Jesus (Rm 8:3).

Mc 15:33 E houve trevas sobre toda a terra, do meio dia às três horas da tarde.

Jamais um cristão entenderá, nem compreenderá o que foram aquelas três horas de trevas.
Deus estava lá com toda Sua ira e furor.

O inferno é muitas vezes descrito como um lugar de densas trevas: Mt 8:12 E os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes; 22:13 Então o rei disse aos que serviam: ‘Amarrem-lhe as mãos e os pés, e lancem-no para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de dentes’; 25:30 E lancem fora o servo inútil, nas trevas, onde haverá choro e ranger de dentes’; Jd 13 [os falsos mestres] São ondas bravias do mar, espumando seus próprios atos vergonhosos; estrelas errantes, para as quais estão reservadas para sempre as mais densas trevas.
O Céu, o Paraíso, é descrito como um lugar todo iluminado, tão iluminado que não precisa nem do sol (Ap 21:23 A cidade não precisa de sol nem de lua para brilharem sobre ela, pois a glória de Deus a ilumina, e o Cordeiro é a sua candeia; 22:5 Não haverá mais noite. Eles não precisarão de luz de candeia nem da luz do sol, pois o Senhor Deus os iluminará; e eles reinarão para todo o sempre).
A coisa mais terrível do inferno não é que Deus não está lá. A coisa mais assombrosa do inferno não se trata da ausência de Deus naquele lugar, mas da presença de Deus no inferno. Deus está presente no inferno!
A presença de Deus no inferno nos é relatada através das trevas, implicando que Ele está lá com toda Sua ira, furor e condenação. Is 30:33 Tofete [Vale de Bem Hinnom] está pronta já faz tempo; foi preparada para o rei. Sua fogueira é funda e larga, com muita lenha e muito fogo; o sopro do Senhor, como uma torrente de enxofre ardente, a incendeia [a ira do Senhor manter o fogo do inferno aceso]; Ap 14:10 Também este beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro.
Precisamos compreender que os que estão no inferno o que mais desejam é a ausência de Deus daquele lugar.” (Sproul)

No inferno as pessoas são separadas da graça comum, do conforto e dos prazeres que deus proporciona a todos. Esse é a única separação que existe!

** Aqui em Marcos 15:33, Jesus experimenta o inferno [não quer dizer que Ele desceu ao inferno, Ele não foi ao inferno, mas o inferno foi derramado sobre Ele]. Aqui Ele sofre a eterna e terrível punição para o qual o inferno foi preparado.
Por isso volto a repetir que nenhum eleito, nenhum cristão entenderá e nem compreenderá o que Jesus passou naquele lugar. Ninguém aqui tem a capacidade e a habilidade de compreender esses sofrimentos, só quem está no inferno.
** Agora fica mais fácil de entender por que Jesus ficou tão angustiado no Jardim do Getsêmani. Ele tomou até a última gota do cálice da ira de Deus. Não sobrou nenhuma gota da ira de Deus.
Mc 15:33 E houve trevas sobre toda a terra, do meio dia às três horas da tarde.
Ele sofreu a eterna punição que era nossa, pois a santidade e a justiça de Deus necessitam ser satisfeitas.


AGRADOU A DEUS?
Quando entendemos a santidade de Deus e necessidade de punir o pecado podemos compreender o que Isaias falou: 53:10 Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar.
Agradou a Deus moer Jesus, pois naquele momento de trevas o Senhor estava condenando o pecado do Seu povo!
A maior atrocidade da história da humanidade agradou a Deus, pois no Calvário a justiça foi satisfeita!

PROPICIAÇÃO:
Rm 3:25 Deus o ofereceu como sacrifício para propiciação mediante a fé, pelo seu sangue, demonstrando a sua justiça; Hb 2:17 Por essa razão era necessário que ele se tornasse semelhante a seus irmãos em todos os aspectos, para se tornar sumo sacerdote misericordioso e fiel com relação a Deus e fazer propiciação pelos pecados do povo; I Jo 4:10 Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.
Propiciação (Gk. ἱλαστήριον). A ideia de algo dado para trazer paz e reconciliação. Literalmente, a ideia da propiciação é de aplacar ou acalmar/apaziguar a ira de Deus.
Na morte de Jesus a justa ira de Deus foi satisfeita. O corpo de Jesus recebeu toda a punição que o pecado merece. Quando Deus olha para os cristãos Ele não olha com ira e furor por causa dos pecados, pois os nossos pecados foram condenados em Jesus. A ira foi apaziguada. Assim temos paz com Deus! (ver Rm 3:21-26; 5:1, 6-9 – salvos por Deus, de Deus para Deus!)

CONCLUSÃO:
A dádiva de Cristo como nossa propiciação é a mais completa expressão do amor de Deus. ‘Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que Ele nos amou e enviou o seu filho como propiciação pelos nossos pecados’ (1Jo 4.10). Aqui está o amor eficaz, um amor determinado a salvar, um amor que foi tão longe, a ponto de transferir a ira dos que a mereciam para Aquele que nos amou de tal maneira que somente Ele estava preparado a suportá-la.” (John Piper)

Quão amargo e quão doce foram aquelas horas de trevas no Calvário!
Quão tenebrosa e maravilhosa foi aquela escuridão!
Foi durante aquele período de três horas que Deus colocou todos os pecados dos Seus eleitos – Ele colocou todos os pecados da Noiva de Cristo e imputou em Jesus. E por causa disso, Jesus feito pecado por nós, tomando sobre o Seu corpo santo as nossas iniquidades e injustiças, por isso Deus derramou sobre o Filho Amado toda ira, furor e condenação.
Deus moeu Jesus naquelas três horas de forma que não havia experimentado ainda. As dores da coroa de espinhos, dos pregos, dos açoites, da crucificação e da zombaria não foram nada perto daquelas três horas em que Deus despejava toda Sua ira e furor.
Jesus foi amaldiçoado durante as trevas. Ele se fez maldição por nós (Gl 3:13)

As trevas falam para nós da:
Ira de Deus --- Ele está irado agora mesmo com o pecado, consequentemente com o pecador. E Deus nunca deixa o pecado sem condenação!
E que a ira de Deus nos leve:
a) A uma maior gratidão pela misericórdia de Deus para com nós. Que possamos ser GRATOS!
b) A servir esse Deus santo com mais tremor e reverência!
Amor de Deus --- Por causa do Seu imenso amor para com o Seu povo Ele providenciou um modo para que todo aquele que se arrepender dos pecados e crer em Jesus como único Senhor e Salvador tenha seus pecados condenados e assim a ira desse insondável Deus é apaziguada.
Jo 3:16-18 Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. 17 Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele. 18 Quem nele crê não é condenado [pois Jesus já foi condenado], mas quem não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho Unigênito de Deus.
A cruz nos leva a essa conclusão: Há apenas dois tipos de pessoas nesse mundo. Há aqueles que confiaram (confiam) em Jesus e deixa que Ele mesmo receba a ira de Deus em seus lugares. E há aqueles que tentam apaziguar a ira desse santo Deus através do próprio esforço e atos de justiça. Esses receberão a ira de Deus em seus próprios corpos.
Todos aqui têm os seus pecados em um desses dois lugares: Em você mesmo ou em Jesus!
Nossos pecados estão em Jesus ou estão em nós mesmos, não há um terceiro lugar.
Aqueles que têm os pecados em Cristo Jesus já tiveram a condenação e a ira de Deus derramada na cruz. Aqueles que não têm os seus pecados em Cristo, quer dizer que estão nos próprios pecados e a ira e a condenação de Deus são certas sobre você!
A pergunta que todos nós devemos nos fazer é: Onde estão os meus pecados?
Se os seus pecados estão em você, então a ira de Deus é certa sobre a Sua vida. A única esperança é correr para Jesus!

Para finalizar o estudo:
Por que tão densas trevas sobre Jesus? Para que nós pudéssemos receber a maravilhosa luz do Evangelho!
Por que tão terríveis trevas vieram sobre o Filho Amado? Para que nós possamos brilhar na luz de Deus!
Por que tão macabra escuridão veio sobre o Cristo? Para que nós não experimentemos as trevas do inferno.
Por que tão agonizante trevas? Para que nós possamos passar a eternidade na luz da gloriosa presença do Cordeiro!

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