quinta-feira, 26 de julho de 2012

Marcos 15:22-24 - Gólgota

Série de Sermões em Marcos
Passagem: Marcos 15:22-24
Título: Gólgota
Pregado na manhã de Domingo, do dia 22 de julho de 2012,
na Igreja Reformada em Campinas Soli Deo Gloria,
por Gustavo Barros

Versão em vídeo

Marcos 15:22-24 22 Levaram Jesus ao lugar chamado Gólgota, que quer dizer Lugar da Caveira. 23 Então lhe deram vinho misturado com mirra, mas ele não o bebeu. 24 E o crucificaram.

Introdução:
O Calvário pode ser visto de várias maneiras. Como um diamante, ele reflete várias cores. Para alguns, esse é um lugar de vergonha, fracasso e humilhação. Para essas pessoas, ninguém jamais triunfaria em tal lugar. Outras pessoas veem Gólgota como um lugar de dor, sofrimento e tristeza. Para essas pessoas, Jesus ainda está crucificado, sangrando e com uma cara de vencido. Mas para outros, a Crucificação é o lugar do triunfo, da graça, do amor e do perdão. Para esses, o Calvário é o ápice da redenção!

Se ficássemos limitados a uma palavra que poderia ser usada para descrever quem Deus é, essa palavra seria ‘CRUZ’! Cada atributo de Deus está em plena exibição na cruz. Vemos Sua santidade e justiça, Deus odeia o pecado e deve puni-lo! Vemos Sua sabedoria em encontrar uma maneira de ser tanto justo como o justificador dos ímpios. Vemos Sua onipresença em estar no céu e derramar Sua ira sobre Seu Filho, e ao mesmo tempo estava na terra suportando Sua própria ira na pessoa de Seu Filho. Vemos Sua soberania ao salvar um ladrão, e não salvar o outro. Vemos seu poder em ser capaz de aniquilar o pecado. Vemos Seu propósito eterno se cumprir no "Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo". Ah, e como os atributos do amor, da graça e misericórdia resplandecem na cruz! É de se admirar que Paulo disse: ‘Resolvi não saber nada entre vós senão a Jesus Cristo e este crucificado’, e ‘Quanto a mim, que eu jamais me glorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo’? Não há realmente mais nada para pregar ou se gloriar! Se pensamos que há, é evidente que nós nunca vimos o verdadeiro significado da cruz.(http://www.monergism.com/directory/link_category/Cross-/-Crucifixion/)

Contextualização:
Marcos 15:15 nos relata a punição oficial declarada para Jesus: a crucificação. Essa era considerada a morte das ‘mil mortes’. O homem que sofria tal morte era considerado uma maldição, e seu corpo não podia nem tocar o chão da região onde ele era crucificado. Foi essa morte que agradou a Deus realizar. Is 53:10 Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar

Agradou ao Pai levar o Filho ao matadouro mais famoso do mundo, Gólgota!
Que todos nós sejamos gratos por tal lugar! E é nesse lugar que entraremos hoje. Portanto, tiremos não só as sandálias dos pés, mas também tudo o que venha atrapalhar a sua caminhada, pois estamos em um santo e terrível lugar!

A santidade desse lugar ilumina como a luz do sol a severidade do pecado e a grandeza do amor de Deus! Nenhum outro lugar mostra tão bem a depravação do pecado e a misericórdia de Deus!

A casa da consolação está construída com a madeira da cruz do Calvário. Nenhuma outra cena na História ilumina tanto a alma como a tragédia do Calvário. A luz brota da escuridão do meio-dia no Gólgota, e todas as ervas do campo florescem alegremente debaixo da sombra daquela madeira que antes era maldita. Naquele lugar de sede, a graça cavou uma fonte que jorra água pura como o cristal, e cada gota é capaz de aliviar as misérias da humanidade....O Calvário nos proporciona consolações raras e preciosas. Jamais teríamos conhecido o amor de Cristo em toda a sua profundidade e amplitude, se Ele não tivesse morrido. Não poderíamos imaginar a profunda afeição do Pai, se Ele não tivesse entregue o seu Filho à morte... Aquele que deseja conhecer o amor retire-se ao Calvário e veja o Homem de Dores morrer.” (Spurgeon)

Divisão do Estudo:
I – O LOCAL (V.22)
II – A OFERTA (V.23)
III – A CRUCIFICAÇÃO (V.24)

I – O LOCAL (V.22)
22 Levaram Jesus ao lugar chamado Gólgota, que quer dizer Lugar da Caveira.

v.22Levaram Jesus ” --- (Gk φέρω) – Esse verbo é diferente do v.20. Aqui, pheró, provavelmente, indica uma força maior. Alguns acreditam que é uma referência à corda que era amarrada ao pescoço da vítima que era levada pelas ruas. [Outros comentaristas acreditam que pheró é usado como sinônimo de exagó (v.20) – ver France, pg 641].

O que devemos notar novamente é que Jesus continua sendo levado pela vontade de Deus (14:53; 15:1, 16, 20, 22)! Jesus está sendo levado para o pior de todos os lugares, para o mais terrível de todos os sofrimentos, Ele está sendo levado pelo Espírito Santo!

Ao olharmos para a vida de Jesus, nós devemos nos perguntar: Eu tenho sido levado pelo Espírito Santo? As minhas vontades e desejos têm sido levados pela vontade de Deus? Ou tenho resistido e sido levado por ideologias mundanas?

Alguns aqui só querem ser levados por Deus para a glória, para a vitória, o conforto e segurança. Isso é o que mundo deseja. Como está o seu coração? Você tem um coração de escravo de Cristo no qual está disposto a ser levado pelo seu Senhor para os sofrimentos e angústias, assim como Ele foi levado?

Rm 8:14,17 porque todos os que são guiados/levados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. 17 Se somos filhos, então somos herdeiros; herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, se de fato participamos dos seus sofrimentos, para que também participemos da sua glória.

Jesus está com a coroa de espinhos. Simão, atrás dEle, carrega o patibulum, e o nosso Salvador está sendo levado como um criminoso, como um animal para fora da cidade.

LEVARAM JESUS ao lugar chamado Gólgota, que quer dizer Lugar da Caveira” (Καὶ φέρουσιν αὐτὸν ἐπὶ τὸν Γολγοθᾶν τόπον, ὅ ἐστιν μεθερμηνευόμενος Κρανίου Τόπος)
Aqui, Jesus está no lugar mais deplorável, mais desprezado e temido!

O nosso Senhor foi levado ao lugar chamado GÓLGOTA --- essa é a transliteração da palavra aramaica Gûlgaltâ (hebraico gulgolet) que significa ‘crânio’ [ou caveira] (Gk. κρανίον). A palavra em latim é Calvaria.

Todas essas palavras significam crânio, ou caveira. Em nenhum momento a Bíblia nos diz que era um monte e nem uma colina (poderia ser, mas não temos relatos bíblicos).

O nome desse local onde o nosso Senhor foi crucificado se dá Gólgota pois:
1 – Alguns acreditam que a locação geográfica tinha a aparência de um crânio (Charles Gordon).
2 – Era um lugar onde os cadáveres ficavam. Os corpos apodreciam naquele lugar, pessoas eram crucificadas lá e os corpos eram decompostos e a carne comida por animais.

Esse lugar é chamado caveira, pois era o lugar onde os ossos ficavam. Arqueologia nos mostra a existência de cemitérios fora da cidade.


O CALVÁRIO ERA FORA DA CIDADE
Não sabemos com certeza onde era Gólgota (alguns apontam para o local onde hoje há a Igreja do Santo Sepulcro, enquanto outros acreditam que era lugar descoberto por Charles Gordon – o Calvário de Gordon). O que a Bíblia enfatiza e deixa bem claro é que o Calvário era fora da cidade!

De acordo com a lei romana e judaica (Lv 24:14), a crucificação deveria ocorrer fora da cidade. Quintiliano, um escritor romano (por volta de 90 d.C.), escreveu: ‘Sempre que crucificamos, escolhemos as ruas mais movimentadas onde a multidão chega a ver o condenado, a fim de amedrontá-la’... O local da crucificação seria perto das estradas principais que levavam à cidade, onde as pessoas poderiam aprender o que acontece com rebeldes e quem pretende usurpar a autoridade romana.(Zondervan Illustrated Bible Backgrounds Commentary, Zondervan, Vol I, pg 298)

Fora da cidade era onde ficava o lixão (gehenna – o Vale de Bem Hinom). Fora da cidade era o lugar de desprezo e rejeição.

A pessoa era levada para fora da cidade, representando toda a indignidade dela. “O seu corpo não é digno de morrer dentro da cidade!

O nosso Senhor foi levado para fora da cidade, para o lugar onde os impuros deveriam estar, para o lugar onde o lixo era colocado.

Jesus não morreu em uma cama King, não morreu em um sofá, não foi no Lar dos Velhinhos, não foi em uma ilha paradisíaca – o nosso Senhor morreu no pior de todos os lugares!

No mesmo lugar onde os criminosos eram sacrificados para a justiça do governo, o nosso Senhor Jesus foi sacrificado para a justiça de Deus.(Matthew Henry’s Commentary, Hendrickson, Vol 5, pg 343)

Jesus começou essa procissão no Getsêmani, passando por Gábata (Jo 19:13), chegando em Gólgota, até que fosse recebido na Glória! Muitos aqui só querem a glória, mas esquecem que precisam passar por esses outros lugares!

Lc 24:26 Ele lhes disse: "Como vocês custam a entender e como demoram a crer em tudo o que os profetas falaram! 26 Não devia o Cristo sofrer estas coisas, para entrar na sua glória?”

Getsêmani --- Lugar de aflição, lugar de revelação dos sofrimentos, lugar de receber o cálice das mãos do Pai, lugar de oração. O Jardim das Agonias!

Gábata --- Lugar de exposição e humilhação, lugar de condenação. Foi nesse pavimento que Jesus foi injustamente condenado e açoitado.

Gólgota --- Lugar da execução e morte! Crucificado. Recebeu toda a ira de Deus.

Todos esses sofrimentos foram prelúdios para a glória, e o mesmo ocorre na vida do cristão (ver Rm 8:17; II Co 4:16-18). Os nossos sofrimentos não trazem a expiação e a redenção como na morte de Jesus, mas nos santificam e nos preparam para a glória futura!

Gólgota é o ápice do paradoxo. O lugar de humilhação, sofrimento, morte e ira é também o lugar de vitória, amor, compaixão, graça, glória e triunfo!

Gólgota – O lugar de caveiras, crânios e ossos. Os troféus da morte de milhares de homens, filhos de Adão, têm agora, pisando ali, aquele que vencerá a morte!
Gólgota/Calvário, que representa a morte, foi triunfado por Aquele que ali foi crucificado!

I Co 15:54-55 54 "A morte foi destruída pela vitória". 55 "Onde está, ó morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu aguilhão?"
Ap 20:14 Então a morte e o Hades foram lançados no lago de fogo.
II Tm 1:10 Ele tornou inoperante a morte e trouxe à luz a vida e a imortalidade por meio do evangelho.

*** Marcos faz questão de traduzir o nome para que a sua audiência preste atenção em quão sinistro era esse lugar. Mas uma outra razão para Marcos enfatizar o nome desse lugar poderia se dar devido a um local famoso na cultura romana.

Lúcio Tarquino, o Soberbo, foi o último rei de Roma (reinou de 535 a.C. até 509 a.C.). Ele, em homenagem a seu pai, construiu o templo de Júpiter – conhecido como Capitólio! Esse era o culto principal dos romanos. Esse era o local onde os generais e imperadores faziam os grandes sacrifícios.

De acordo com a história, Tarquino fundou o Capitólio em um lugar onde foi encontrada uma cabeça (crânio) de um homem morto. “Romanos, digam a seus concidadãos que é ordenado pelo destino que o lugar em que vocês encontraram a cabeça deve ser a cabeça de toda a Itália. Desde então, o lugar é chamado Capitólio devido à cabeça que foi encontrada lá, pois os romanos chamam cabeças de capita.(Dionísio de Halicarnasso, Das Antiguidades Romanas, livro IV 61, 2-4 - http://www.archive.org/stream/romanantiquities02dionuoft/romanantiquities02dionuoft_djvu.txt)

O templo de Júpiter Capitolino, ou mais simplesmente Capitólio, era o término de cada triunfo romano. A procissão caminhava pelas ruas até o Fórum, e culminava na chegada do triunfante ascendendo o lugar do sacrifício [o Capitólio] – que receberá o nome devido à cabeça do morto encontrada lá.(http://www.vorthosforum.com/export/Articles/THE%20CRUCIFIXION%20NARRATIVE%20AND%20THE%20ROMAN%20TRIUMPHAL%20PROCESSION.pdf)

Marcos está usando a história para mostrar que Jesus é sim o grande rei e imperador e que essa marcha é para o lugar do sacrifico, para a grande vitória!

II – A OFERTA (V.23)
23 Então lhe deram vinho misturado com mirra, mas ele não o bebeu.

Algumas questões são levantadas aqui: 1) Que bebida é essa? 2) Quem são os ‘eles’ que deram essa bebida? 3) Por que Jesus não bebeu?

1 – Que bebida é essa?
ENTÃO LHE DERAM VINHO MISTURADO COM MIRRA” (καὶ ἐδίδουν αὐτῷ ἐσμυρνισμένον οἶνον· ὃς δὲ οὐκ ἔλαβεν)
Mt 27:34 e lhe deram para beber vinho misturado com fel; mas, depois de prová-lo, recusou-se a beber.
Lc 23:36 Os soldados, aproximando-se, também zombavam dele. Oferecendo-lhe vinagre (Gk. ὄξος – um vinho fraco e azedo diluído com água, a bebida favorita da classe baixa e soldados)

A bebida, pelo que os outros textos indicam, era uma mistura de um vinho ruim (azedo) com mirra (que dava uma fragrância melhor) e fel (uma erva amarga que podia ser venenosa).

2 – QUEM DEU ESSA BEBIDA?
Muitos acreditam que quem oferecia tal bebida eram as mulheres que acompanhavam a procissão, pois, de acordo com o Talmude, as mulheres de Jerusalém ofereciam um narcótico para aliviar a dor, baseando-se em Provérbios 31:6-7 (Dê bebida fermentada aos que estão prestes a morrer, vinho aos que estão angustiados; 7 para que bebam e se esqueçam da sua pobreza, e não mais se lembrem da sua infelicidade). Lucas 23:27-31 relata que haviam muitas mulheres no caminho para o Calvário, portanto, elas poderiam estar tentando aliviar as dores de Jesus. Mas o que o texto indica é que foram os soldados que ofereceram. Lucas deixa claro que foram os soldados quem ofereceram. E se foram os soldados, então não haveria nada de bondoso nesse ato.

Por que eles ofereceram vinho com fel e mirra?
a – Eles poderiam estar tentando oferecer uma alternativa ao condenado. Se a bebida é venenosa, eles poderiam estar oferecendo o suicídio para facilitar o processo todo (W.D. Davies e D.C. Allison).

b – Alguns acreditam que os soldados estavam oferecendo essa bebida como uma forma de aliviar a dor e tirar a mente do condenado daquela situação, para que a crucificação fosse mais longa e mais agoniante.

c – O mais provável é que os soldados continuavam a paródia. Ao oferecer tal bebida, eles estão zombando de Jesus. “Outra possibilidade é que esse gesto continue zombando de Jesus como um rei triunfante. Ao fim das procissões triunfantes romana, a aquele que vencia, era oferecido uma taça de vinho que ele se negava a beber, mas derramava sobre o altar no momento do sacrifício.” (http://www.vorthosforum.com/export/Articles/THE%20CRUCIFIXION%20NARRATIVE%20AND%20THE%20ROMAN%20TRIUMPHAL%20PROCESSION.pdf)

A bebida é mais uma ação de crueldade da parte dos soldados. Fingindo que estão oferecendo uma bebida para refrescar, o vinho foi na verdade misturado com fel, uma erva amarga que poderia ser venenosa(Zondervan Illustrated Bible Backgrounds Commentary, Zondervan, Vol I, pg 178)

Independente de quem deu a bebida e o que a bebida tinha por propósito, o nosso foco deve estar na resposta de Jesus.
3 – POR QUE JESUS NÃO BEBEU?
V.23 Então lhe deram vinho misturado com mirra, mas ele não o bebeu.

O nosso Senhor rejeitou tudo o que aceleraria ou aliviaria tal sofrimento! Ele não tomaria nenhum veneno e nenhum anestésico! O único vinho que Jesus estava bebendo era o vinho da ira de Deus! No Getsêmani, o nosso Senhor recebeu o cálice e só dele Ele ia beber!

Jesus passou o pior dos sofrimentos sóbrio e com a plena consciência de tudo o que estava ocorrendo! “Jesus rejeita a oferta do vinho, pois Ele fez um voto de abstinência na Última Ceia (14:25) e quer se manter totalmente consciente até o último amargo minuto. Ele beberá do cálice do Pai(Zondervan Illustrated Bible Backgrounds Commentary, Zondervan, Vol I, pg 299)

Quão gratos somos por anestesias e analgésicos, qualquer princípio de dor e corremos para as drogas que aliviam a nossa dor. Mas o nosso Salvador está todo aberto, prestes a ser crucificado, e mesmo assim Ele rejeita todo tipo situação que aliviará o seu sofrimento.

Será que temos nos escondidos atrás de ‘anestésicos’ (o conforto, trabalho, segurança, igreja...) para não sofrermos por e com Cristo?

Quais têm sido os analgésicos, as drogas narcóticas, que você tem usado para apagar de sua mente o caminho para o Calvário?

Somos tão preocupados com nossa felicidade que qualquer coisa que chega a ameaçá-la deve ser resistida a todo custo, mesmo que acabamos ganhando uma úlcera como resultado. Ninguém precisa de perseverança para a felicidade e, sendo assim, nunca aprendemos a perseverar. Às vezes fico me perguntando quanto tempo perdemos suplicando para que Deus nos tire das circunstâncias desagradáveis que ele enviou para nos abençoar.(http://hermesgama.files.wordpress.com/2008/09/a-dadiva-do-sofrimento.pdf)

Que valentia e bravura do meu Salvador.
Na maior das injustiças, Ele prefere a minha dor!

Lc 24:26 Não devia o Cristo sofrer estas coisas, para entrar na sua glória?; Sl 24:7-10 [a ascensão de Cristo] Abram-se, ó portais; abram-se, ó portas antigas, para que o Rei da glória entre. 8 Quem é o Rei da glória? O Senhor forte e valente, o Senhor valente nas guerras. 9 Abram-se, ó portais; abram-se, ó portas antigas, para que o Rei da glória entre. 10 Quem é esse Rei da glória? O Senhor dos Exércitos; ele é o Rei da glória!

Quão maravilhoso é ter esse Jesus como Senhor!

III – A CRUCIFICAÇÃO (V.24)
24 E o crucificaram.

Prestemos atenção em quão breve e curto é o relato da crucificação! A vida e a vinda de Jesus tinham como propósito principal a crucificação. Ap 13:8 Todos os habitantes da terra adorarão a besta, a saber, todos aqueles que não tiveram seus nomes escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a criação do mundo. A crucificação tinha sido planejada como o meio para sacrificar o Filho desde a eternidade, e agora temos o relato mais curto que poderia ser dado. O texto só nos dá 3 palavras (Καὶ σταυροῦσιν αὐτὸν).

Por que Marcos não relata todo o processo que envolvia a crucificação?
Marcos não foca nos detalhes horrorosos da crucificação, ele não relata os detalhes que faziam da crucificação a pior de todas as mortes, pois:

A – Toda a audiência conhecia e sabia muito bem o que envolvia a crucificação. A audiência original de Marcos, só de ouvir a palavra crucificação, já tinha as imagens, o cheiro e a atrocidade do evento em sua mente.

Marcos não precisa descrever a crucificação para os seus leitores, pois eles eram familiarizados com tal ação.(Zondervan Illustrated Bible Backgrounds Commentary, Zondervan, Vol I, pg 299)

O mundo do primeiro século sabia que a crucificação era uma maneira horrível de morrer. Era tão horrenda que repelia as pessoas até mesmo de falar sobre a crucificação. Isso é frequentemente ilustrado através das palavras famosas de Cícero durante o julgamento de C. Rabirius em 63 a.C., ‘que a própria palavra ‘cruz’ seja removida para bem longe não só de um cidadão romano, mas também de seus pensamentos, olhos e ouvidos.’(Peter Bolt, The Cross from a Distance, IVP, pg 116)

A crucificação era tão cruel, tão maldita e medonha que muitos cidadãos romanos eram proibidos de ver a crucificação.

ALGUNS RELATOS HISTÓRICOS E MÉDICOS:
As formas de crucificação variavam bastante! Não havia um método uniforme de crucificação, por isso é impossível descrever com exatidão a crucificação de Jesus. Mas podemos, através de relatos históricos, imaginar como foi.

A morte era causada pela perda de sangue, exposição ao sol, frio e aos animais, exaustão, e/ou asfixia. As vítimas podiam passar dias penduradas na cruz em agonia. Crucificação era vista pela maioria dos escritores antigos como a punição mais cruel e barbárica que havia.(Zondervan Illustrated Bible Backgrounds Commentary, Zondervan, Vol I, pg 493)

Ademais, a posição do corpo sobre uma cruz foi pensada para tornar a respiração algo extremamente difícil. Frederick Farrar descreve o efeito torturador pretendido: ‘Pois de fato uma morte por crucificação parece incluir tudo aquilo que a dor e a morte podem ter de horrível e assustador - - vertigem, cãibras, sede, fome profunda, falta de sono, febre traumática, tétano, vergonha, zombaria diante do constrangimento da vítima, longa duração do tormento, medo do desenlace, gangrena de feridas expostas - tudo intensificado até o ponto em que pode ser suportado, mas não chegando até o ponto de dar á vítima o alívio da inconsciência. Um médico chamou de ‘uma sinfonia da dor’ produzida por cada movimento, com cada inspiração; mesmo uma pequena brisa na sua pele poderia causar uma dor intensa nesse momento. ’(http://christiananswers.net/portuguese/q-eden/jesusdeath-p.html)

A vítima agora é crucificada. Enquanto ele cai para baixo aos poucos, com mais peso nos cravos nos pulsos a dor insuportável corre pelos dedos e para cima dos braços para explodir no cérebro – os cravos nos pulsos estão pondo pressão nos nervos medianos. Quando ele se empurra para cima para evitar este tormento de alongamento, ele coloca seu peso inteiro no cravo que passa pelos pés. Novamente há a agonia queimando do cravo que rasga pelos nervos entre os ossos dos pés. Neste ponto, outro fenômeno ocorre. Enquanto os braços se cansam, grandes ondas de cãibras percorrem seus músculos, causando intensa dor. Com estas cãibras, vem a dificuldade de empurrar-se para cima. Pendurado por seus braços, os músculos peitorais ficam paralisados, e o músculos intercostais incapazes de agir. O ar pode ser aspirado pelos pulmões, mas não pode ser expirado. Jesus luta para se levantar a fim de fazer uma respiração. Finalmente, dióxido de carbono é acumulado nos pulmões e no sangue, e as cãibras diminuem. Esporadicamente, ele é capaz de se levantar e expirar e inspirar o oxigênio vital. Ele passa horas de dor sem limite, ciclos de contorção, câimbras nas juntas, asfixia intermitente e parcial, intensa dor por causa das lascas enfiadas nos tecidos de suas costas dilaceradas, conforme ele se levanta contra o poste da cruz. Então outra dor agonizante começa. Uma profunda dor no peito, enquanto seu pericárdio se enche de um líquido que comprime o coração. Agora está quase acabado - a perda de líquidos dos tecidos atinge um nível crítico - o coração comprimido se esforça para bombear o sangue grosso e pesado aos tecidos - os pulmões torturados tentam tomar pequenos golpes de ar. Os tecidos, marcados pela desidratação, mandam seus estímulos para o cérebro.(http://www.ibcu.org.br/escolabiblica/Escola%20B%EDblica%20-%20Recursos%20Dispon%EDveis/Apolog%E9tica_As%20sete%20frase%20de%20Jesus%20na%20cruz/20101205/apostila_7frasesjesus_01.pdf)

Os romanos colocavam um pedaço de madeira na cruz que servia como um banquinho para retardar a morte e aumentar os sofrimentos da pessoa crucificada.

Quinto Horácio, poeta romano, fez o seguinte comentário em uma de suas zombarias, “Não alimentarás os corvos na cruz!”, mostrando que alguns corpos eram comidos pelos animais.
Era também frequente observar insetos pousarem nas feridas abertas, nos olhos, nos ouvidos ou no nariz da vítima indefesa e agonizante, ao mesmo tempo em que as aves de rapina dilaceravam a sua carne... Por outro lado, era prática comum deixar o corpo na cruz, para que fosse devorado por animais predadores.(http://www.munichurch.de/sermons/2010-03-28_On%20The%20Physical%20Death%20of%20Jesus%20Christ.pdf)

A palavra ‘excruciante’ tem sua origem nessa ação.

A audiência do primeiro século conhecia muito bem tal método de execução e, talvez, por isso Marcos (e os outros evangelistas) não foca nos detalhes.

B – O que tudo indica é que o motivo principal pelo qual Marcos não descreve os detalhes envolvidos nos pregos, no corpo e na situação do homem crucificado é para colocar os nossos olhos no que a cruz promoveu. Marcos quer nossa atenção no que a crucificação nos proporciona!

E o que a crucificação promove é a aproximação de Deus com o homem! A inimizade que antes existia entre o pecador e o santo Deus é desfeita na cruz.

É em Gólgota que Deus se aproxima do homem em um relacionamento tão pacífico que agora somos chamados ‘filhos’!

v.24 E o crucificaram.
O que mais precisa ser dito? O Filho de Deus foi crucificado! O que mais as pessoas querem? Show? Risos? Dança?...

  • Só essas três palavras já devem ser suficientes para colocar todos aqueles que se dizem cristãos de joelhos em arrependimento e gratidão!
  • Essas três palavras devem gerar louvor e oração de agradecimento em todos os cristãos!

Jo 3:14-15 Da mesma forma como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também é necessário que o Filho do homem seja levantado, para que todo o que nele crer tenha a vida eterna [há nesse verso um duplo significado – crucificação e exaltação]. O filho do Homem foi levantado para trazer salvação!

Aqui está Jesus no Calvário, em Gólgota --- no lugar mais desprezado e horrível que poderia haver no mundo. Jesus está fora das cidades, como um indigno de permanecer dentro da cidade que Ele mesmo construiu para que todo que nEle crer tenha vida eterna!

Todo alívio, toda chance de amenizar e aliviar as dores foram rejeitadas. Jesus está com seus braços presos por dois pregos de mais de 15 cm encravados nos seus pulsos, os pés estão furados com um prego. O corpo está todo aberto. A coroa de espinhos permanece sobre a cabeça. A dificuldade de respirar aumenta a cada minuto. Insetos se alimentam das suas feridas.

A questão que fica é: Por que tal morte?
Por que Jesus não foi apedrejado, ou decapitado? Por que Jesus teve ir para o Calvário? Por que a pessoas mais inocente e mais pura teve que sofrer a morte mais injusta e horrorosa? Por que Aquele em quem não foi encontrado injustiça foi condenado como um marginal? Por que uma morte tão horrível? Por que não morreu de velhice, de doença ou degolado?

Por que a crucificação no Calvário? Por que algo tão barbárico?

1 – Pois Deus quer nos mostrar a profundidade do nosso pecado! Deus revela a enormidade do nosso pecado através da crucificação do Seu Filho! Quer saber quão terrível, quão profundo, quão abominável, quão fatal, quão infernal, quão destrutivo, humilhante e merecedor de toda a ira de Deus é o pecado? Olhe para essa passagem!

Saberia eu o quanto o pecado é depravado e abominável na visão de Deus? Onde posso ver isso de forma mais evidente? Deveria eu voltar à história do dilúvio e ler como o pecado afogou o mundo? Deveria eu ir à praia do Mar Morto e descobrir qual pecado provocou Sodoma e Gomorra? Deveria eu voltar aos judeus sem rumo, e ver como o pecado os espalhou pela face da terra? Não: posso encontrar uma prova ainda mais clara: eu olho para o que aconteceu no Calvário. Lá eu vejo que o pecado é tão obscuro e condenável que nada, a não ser o sangue do Filho de Deus, poderia lavá-lo; lá eu vejo que o pecado me separou tanto do meu santo Criador, que nem mesmo os anjos no céu poderiam fazer a paz entre nós: nada poderia nos reconciliar, apenas a morte de Cristo. Ah, se eu escutasse a conversa miserável do homem orgulhoso, poderia imaginar, talvez, que o pecado não fosse tão pecaminoso; mas não posso pensar tão pouco sobre ele, quando olho para o Calvário.(J.C. Ryle - http://www.projetospurgeon.com.br/wp-content/uploads/2012/03/Calv%C3%A1rio-e-Cruz-Ryle.pdf)

Nenhum outro evento na história da humanidade, nada nesse mundo pode mostrar e revelar de forma tão gráfica a monstruosidade do pecado como a crucificação de Jesus!

A TV, os filmes, a Internet, as novelas, os vídeo-games e a nossa sociedade querem mostrar o pecado como algo normal: o adultério é normal, sexo fora do casamento é normal, homossexualismo é bom, mentir não tem problema, falar palavrão não tem problema, ser egoísta e avarento é bom. O mundo ri, zomba e promove o pecado!

Todo pecado é uma rebeldia contra Deus! Todo pecado é desobediência para com o Criador. Todo pecado é injustiça, por isso ele deve ser condenado! É na cruz que Deus mostra quão abominável é o pecado diante a Sua santidade!

** “Ah, se eu escutasse a conversa miserável do homem orgulhoso, poderia imaginar, talvez, que o pecado não fosse tão pecaminoso; mas não posso pensar tão pouco sobre ele, quando olho para o Calvário.(J.C. Ryle)
Como rir do pecado? Como achar engraçado o pecado? Como cultivar o pecado que colocou Jesus na cruz amaldiçoada? Como se vangloriar do pecado?

A crucificação foi sangrenta, terrível, abominável, perversa e horrenda para mostrar ao mundo como Deus vê o pecado e o pecador sem a justiça de Cristo! Sl 7:11 Deus é juiz justo, um Deus que se ira todos os dias.

2 – A crucificação de Jesus, além de revelar a enormidade e a abominação do pecado, revela também o IMENSO amor com que Deus amou Seu povo! A crucificação de Jesus nos mostra o quão inimaginável e insondável é o amor de Deus para com o Seu povo!

Jo 3:16 Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
A maneira com que Ele nos amou pode ser vista no modo que Ele esmagou Seu Filho!

Saberia eu o grau e a grandeza do amor de Deus Pai para com um mundo pecador? Onde poderia observar isso de forma mais clara? Deveria olhar para o Seu glorioso sol, brilhando diariamente para o ingrato e malvado? Deveria eu olhar para a semente e sua colheita, retornando regularmente numa sequência anual? Oh, não! Não consigo encontrar maior prova de amor do que essa! Eu olho para a cruz de Cristo: e vejo nela não a causa do amor do Pai, mas sua consequência. Ali eu vejo que Deus tanto amou esse mundo pecaminoso, que deu o Seu único, primogênito, Filho – deu-o para sofrer e morrer – para que qualquer pessoa que nEle cresse, não perecesse, mas tivesse a vida eterna. Eu sei que o Pai nos ama, porque por nós, Ele não negou se Filho, seu único Filho. Ah, leitor, algumas vezes imagino que Deus o Pai é muito grande e santo para se importar com criaturas tão miseráveis e corruptas como nós: mas não posso, não devo me atrever a pensar isso quando olho para o sofrimento de Cristo no Calvário.(J.C. Ryle - http://www.projetospurgeon.com.br/wp-content/uploads/2012/03/Calv%C3%A1rio-e-Cruz-Ryle.pdf)

Que amor é esse? Como procurar condições para tamanho amor? Uma morte tão barbárica para nos mostrar um amor tão profundo! Rm 5:8 Mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores; Rm 8:35-39 Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? 36 Como está escrito: "Por amor de ti enfrentamos a morte todos os dias; somos considerados como ovelhas destinadas ao matadouro". 37 Mas, em todas estas coisas somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. 38 Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, 39 nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.

Uma morte horrorosa para revelar um amor maravilhoso! Se Deus tivesse nos amado de forma superficial, Ele teria matado Jesus de forma simples e rápida! Se o amor de Cristo pela Sua igreja fosse superficial, como é o seu amor por Ele, Ele teria morrido de forma rápida e sem dor. Mas a Sua morte nos revela o imenso amor! Como deixar nossos corações se esfriarem por tal Senhor que morreu a pior das mortes para me libertar?

3 – A crucificação de Jesus não só revela a imensidade do amor de Deus e a perversidade do pecado, mas também fala do que envolve o verdadeiro discipulado!

Encontraria razões fortes para ser um homem santo? Onde deveria eu voltar-me para elas? Deveria escutar os dez mandamentos apenas? Deveria estudar os exemplos dados na Bíblia sobre o que a graça é capaz de fazer? Deveria meditar nas recompensas do céu, no castigo do inferno? Não há algum motivo mais forte? Sim: eu olharei para o Calvário e a crucificação. Lá eu vejo o amor de Cristo compelindo-me a viver não em mim, mas nEle; lá eu vejo que não sou mais meu, eu fui comprado com um preço: sou compelido pelo mais sagrado compromisso a glorificar a Jesus com meu corpo e espírito, que são dEle. Lá eu vejo que Jesus deu a si mesmo por mim, não apenas para redimir-me das iniqüidades, mas também para me purificar, e fazer-me uma pessoa singular, zelosa das boas obras. Ele perfurou meus pecados no seu próprio corpo na cruz, para que eu morresse para o pecado e vivesse na retidão. Ah, leitor, não há nada tão purificador quanto uma visão clara da cruz de Cristo! Ela crucifica o mundo em nós, e nós no mundo. Como podemos amar o pecado quando nos lembramos que foi por causa dele que Jesus morreu? Certamente ninguém é tão santo quanto os discípulos de um Senhor crucificado.(Ryle)

Jesus pregado no madeiro, com seus punhos perfurados, seus pés perfurados com um prego de 15 cm, seu corpo destruído, asfixiado, cheio de moscas e bichos, cuspido e sofrendo as piores de todas as dores é um exemplo do que envolve seguir a Jesus!

Quando Jesus disse em 8:34 - Então ele chamou a multidão e os discípulos e disse: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”, Ele tinha exatamente isso em mente!
Gl 2:20 Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim.

CONCLUSÃO:

O Servo Sofredor foi levado ao Calvário. O Cordeiro de Deus foi levado a um matadouro chamado Gólgota – o lugar da caveira! Como um verdadeiro Guerreiro e Vencedor, Ele desprezou tudo que amenizaria a dor. O Filho de Deus estava consciente de tudo e só beberia do cálice da ira de Deus.

Como um bandido Ele foi crucificado! Como o Cordeiro de Deus Ele foi colocado sobre o altar!

O que você vê ao ouvir e ler esses versículos?

A maior prova da depravação do homem está no fato de que muitos continuam frios e indiferentes perante esse acontecimento. “E agora, leitor, você se admirará quando disser que todos os cristãos devem dar mais importância à crucificação? Você não irá agora se admirar que alguém possa escutar sobre o sofrimento de Cristo no Calvário e permanecer imóvel? Eu afirmo não conhecer maior prova da depravação humana do que as centenas dos auto-intitulados cristãos que não vêem nada de gracioso na cruz. Nossos corações podem muito bem serem chamados duros, os olhos de nossa mente, cegos, nossa natureza por completo, doença, nós podemos todos sermos chamados mortos, quando a cruz de Cristo é escutada e, mesmo assim, negligenciada. Certamente podemos pegar as palavras do profeta e dizer “Escute, oh, céus, e fiquem pasmos, oh, terra: algo maravilhoso e terrível foi feito”: Cristo foi crucificado pelos pecadores e, mesmo assim, muitos cristãos vivem como se Ele nunca tivesse sido crucificado!(http://www.projetospurgeon.com.br/wp-content/uploads/2012/03/Calv%C3%A1rio-e-Cruz-Ryle.pdf)

Senhor, eu rogo que aqueles por quem Tu morreste possam ver:

a – Quão horrendo é o pecado. Quão terrível e abominável são todos os pecados. Que as palavras ‘e o crucificaram’ possam soar como uma declaração de óbito, que a Sua igreja se prostre em arrependimento.

b – Que seus eleitos possam ver em Gólgota o amor que Tu nos amaste! Que aqueles que temem não temam mais, pois veem no Calvário o imenso amor que você nos amou!

c – Que a Sua igreja veja que não há cristianismo sem a cruz! Que a Sua igreja se arrependa desse evangelho barato que vem vivendo. Abra os olhos daqueles que estão anos na igreja, mas estão tão longes de negarem a si mesmos e tomarem a cruz. Estão frios e distantes do Calvário. Estão presos a uma religiosidade que em nada se assemelha ao cristianismo que está ‘fora da cidade’. Que essa história incendeie os corações a seguirem o Senhor Jesus para fora da cidade carregando a velha e desprezada cruz!

Agradecemos pela cruz! Somos gratos e humilhados por tamanho amor demonstrado para com tamanho pecadores!

Um comentário:

  1. Após a transfiguração em luz Jesus desceu para Jerusalém,decidido,na sua eterna,soberania,e livre vontade,de ser humilhado,blasfemado,injuriado,ridicularizado,e os suplícios do corpo,finalmente crucificado.Mais ainda assim a crucificação pública do filho de Deus não está reduzido ao evento historiográfico,ou seja ao evento trágico histórico,porque Ele falou assim como Moisés levantou a serpente no deserto assim importa que o filho do homem seja levantado e a todos atrairei.Sendo atemporal,e com a determinação da atração por Cristo,então é nescessariamente paradoxal,é investido de mistério.Se Ele descesse ao inferno por direito criacional,ou seja,sem ter passado pela cruz,no lugar em que Ele coloca os pés é solo sagrado,quer dizer o inferno se tornaria um tipo de paraízo,como,Ele se auto legitimou para ir num lugar que foi feito,para blasfemos,rebeldes,injuriadores,caluniadores,e todas as formas de malignidade,indo para cruz.quer dizer Jesus de fato Ele tomou a maldição cósmica,maldito é quem for pendurado no madeiro,porque o mal não começou neste planetinha azul aquático.De fato quem está de posse da chave da morte e inferno,tem a cátedra do mal ou seja a ciência do mal em toda a sua causalidade,e em todos os seu efeitos.Jesus personificou o mal no grau máximo com sua cruxificação.Antes da cruxificação satanaz arrazoava consigo,em matéria de bondade era o Pai lá de cima mais em matéria de maldade sou eu cá em baixo,mais depois da cruxificação Ele mesmo viu que algo de mais malígno estava com Jesus.Porque desde a fundação do mundo sem que ainda ouvesse criatura inteligente alguma foi feito um sacrifício,sendo criaturas iteligentes e por tanto livres poderiam escolher as próprias vontades e portanto se deploraria.Este sacrifício portanto significa conhecimento causal do mal em todas as suas raízes.Ele tem o meu mal Ele tem o seu mal,e tem o mal do mundo inteiro,e pode nos curar portanto.Quem aceita a Jesus,por uma decisão de cada dia pelo atrativo da cruz,e não por adesão,recebe a herança dos santos na luz,para a iluminação do conhecimento da glória de Deus,na face de Jesus Cristo.A Paz do Senhor.

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